segunda-feira, 24 de abril de 2017

Premiação no POESIA NA ESCOLA



ESTOU feliz como da primeira vez, em 1993, ano em que ingressei na Rede Municipal de Ensino e que estreei no POESIA NA ESCOLA.  

Não sei dizer quantos poemas tenho já publicados nessas coletâneas, que fazem parte de um excelente projeto da SME (Secretaria Municipal de Educação), mas quase sempre era premiada. Isso foi, aos poucos, me convencendo de que algum valor minha poesia tinha...  

Escrevo desde a adolescência. Há pouco tempo, no entanto, é que ouso me considerar uma POETA...  

E mais um motivo para me sentir envaidecida é estar lado a lado com outros poetas, colegas da rede, alguns muito próximos de mim e chegados ao meu coração. Parabéns para nós, Giano Azevedo, Vera Lucia Goes Bastos, Marcelo Freire, Diego Knack, Michel Serpa. VIVA A POESIA!!!  


MEU POEMA PREMIADO NA EDIÇÃO 2016 DO PROJETO POESIA NA ESCOLA:

POESIA DOS MUROS



Para o blog, como num diário, a gente confessa tudo... Como acontece com muitos poetas, para participar do concurso retirei uma das estrofes. E depois do concurso revisitei meu poema e fiz algumas modificações, a versão final (por enquanto rsrs) ficou assim:


POESIA DOS MUROS

A poesia dos muros é a melhor...

Versos jogados na cara, com uma crueza que não lhe costuma ser peculiar.
E com lirismo ainda por cima.

Por cima do muro,
a verdade olha.

Verdade que emudece
entontece dá náuseas.

Olha em torno, alguém reparou?
E sai ajeitando a saia...

(As palavras são putas,
eu já dissera num poemeto-cuspe...)

Estampados no concreto liso ou áspero

(muro da fábrica me deixa febril
muro da escola me deixa na dúvida
estudo ou ex-tudo?)

os versos não desconversam:
vão direto ao âmago
embrulham o estômago.

Doem.

Como pode picharem o muro?
Diz a decência dos hipócritas
escrita em suas testas.

Por cima do muro,
a verdade faz tsc tsc...

A poesia dos muros de fato é a melhor.

KLARA RAKAL
Escrito em 09.05.2016

terça-feira, 4 de abril de 2017

AULA DE HOJE


                   SOBREVIVENTE
                   Substantivo comum de dois
                   Gêneros
                   A/o que não espera pra depois
                   Pois sabe que tudo é efêmero

                   Exemplo:
                   Julie Ferreira
                   Guerreira
                   A que não aceita rasteiras
                   A que passou a vida inteira
                   Repetindo a si mesma:
                   "Queira ou não queira..."

                   So-bre-vi-ven-te
                   Felicidade não é pra toda gente?
                   Silabicamente,
                   Não é assim que ela sente.

                   Que sejam momentos apenas...
                   Por que não, mesmo que poucos,
                   Colecioná-los, então?

                   A aula de hoje
                   Quem dá é ela,
                   Julie Ferreira:
                                         Sobre
                                                   o
                                                       Viver...

KLARA RAKAL
03.04.2017
Presenteando a JULIE
por seu aniversário ontem,
com carinho.


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

O Pescador e a Ilha

O Pescador e a Ilha - imagem de Luiz Bhering

O PESCADOR E A ILHA

A ilha observa o pescador jogar sua linha
Lá no fundo...
E suspira, profundo.
O mar ao redor se oferta.
Nuvens se confundem com a espuma das ondas que quebram.
O tempo quase para: pra que a pressa de correr?
No final alguém há de morrer:
O peixe será o alimento
Que justifica a paz desse momento...

KLARA RAKAL
31.01.2017

Com admiração para o poeta das imagens: Luiz Bhering

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

A PEDRA


Foto do arquivo pessoal.

O gato permanece em cima da pedra
e não medra.

Em cima da pedra lisa
ele paralisa
o tempo...

Na pedra redonda
fica o felino;
será que pensa no seu destino,
enquanto vem a onda?

Pedra dos Amores
ou das Dores?

Gato do mato,
a pedra emoldura seu retrato...
Em quanto tempo
a cena dura
daquele ato
vira candura?

Gato maracajá
que ali está
fiel
enquanto a tarde arde
e as estrelas se acendem
no céu...

Será que um dia
a bela índia
volta
e o gato se solta
desse muito-amar?

Na pedra da fenda
eterniza-se a lenda
dessa moça...

Ouça!
O gato virou a onça
que tanto olha para o mar.


KLARA RAKAL
21.01.2017

Foto: Ilha Carioca

Poema escrito especialmente para o 1º evento comemorativo do aniversário de 450 anos da Ilha do Governador: o ABRAÇO à PEDRA da ONÇA, organizado por Gilberto D'Alma e Marcelo Mendes. Neste dia, houve exposição de quadros, aulão na praça de Tai Chi Chuan, com Adriano Soares, dança do ventre FUSION com Verônica Arruda e o violão de Marcelo Mendes, entre outros. Os poemas foram lidos e embalados pela deliciosa brisa marinha num dia de céu aberto e calor. Poetas participantes: KARLA ANTUNES, ADRIANO SOARES, JEANE FONTES e MAURÍCIO ANDARILHO.

Foto do arquivo pessoal.

Leia sobre o evento em:


segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

DEU SARAU

Meu querido e multitalentoso amigo Brunno Vianna (professor, escritor, poeta, dramaturgo, historiador, ator e fomentador da cultura carioca) me deu um presente: numa publicação em seu blog sobre saraus no Rio de Janeiro, citou o SARAU do BAR com palavras muito incentivadoras, divulgando assim esse espaço no qual tenho partilhado a arte insulana.


"Mesmo com essas participações, a dificuldade de manter um público fixo ainda é grande. Felizmente este não é o caso do Sarau Bar, comandado pelas irmãs Karla e Graça, se figurando como um dos principais points culturais da Ilha do Governador, ao lado, do Polo Cultural, tão bem gerenciado por Gilberto D'alma. Tanto no Sarau Bar quanto no Polo, percebemos a riqueza cultural da Ilha do Governador, que se contrasta com a ausência de políticas públicas e espaços para que os artistas locais mostrem suas artes."


Brunno Vianna e Roberto Meniguelo em uma cena de Hamlet, 
no IV Sarau do Bar, em dezembro de 2016


O texto completo você encontra em E-Cult (Encontro de Cultura), acesse:

http://encontrodecultura.blogspot.com.br/

MACEIÓ

Mais três passos e estou em Pajuçara
Mais perto do que se falara
Lugar povoado de coqueiros altos
Mas onde se corre o risco de assaltos
Vi muita desigualdade social
Um bairro com rede hoteleira alto padrão
Mas ladeada dos bairros mais pobres que vi
A intenção era fazer um poema
Afinal passo dias de puro deleite
Mas aqui pobreza não rima com nada
Muitos mendigos, pedintes, drogados
Que vivem à sombra dos Camaros
Os prédios de vidro contrastam com uma vida de lata
A areia é cama, o cobertor é o céu
Deus manda uma noite morna pra compensar
O grande frio na alma
Devem sentir frio na alma essas pobres almas
Pois só de ver me arrepio e quase sinto vergonha
Do meu lazer

Jangada, jangada, vai pro mar
E na volta traga outra forma de poetar.



14.08.2016
Férias olímpicas em Maceió - AL