quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Maria Eduarda


         Eduarda
       você é como uma tarde
       de verão:
       por mais que o sol arda,
       uma brisa suave, sem alarde,
       já sopra
       acalentando meu coração
       e anunciando o fim do dia,
       Maria.


Só para você saber, Duda, o quanto meu coração a você pertence.
Parabéns por você ser uma Lobinha admirável!
Beijo da sua Dinda!

sábado, 17 de setembro de 2011

Eu também acuso



 EU TAMBÉM ACUSO
 (e as estratégias recuso)
                 
                   para Kássio Vinícius Castro Gomes


                     por trás do cabo da faca
 uma mente fraca

 (compreenda!)


                     por trás do cabo da faca
 uma boca xinga babaca

 (não repreenda!)


                     por trás do cabo da faca
 uma mão que ataca

 (se renda!)


                      na frente do cabo da faca
         um professor sai de maca.


 16-01-2011 Klara Rakal

Poema não selecionado no Concurso de Poesias para Profissionais de Ensino da SME 2011.

Homenagem-denúncia 

O professor universitário Kássio Vinicius Castro Gomes foi assassinado em 07 12 2010 no Instituto Metodista Isabela Hendrix, na região centro-sul de Belo Horizonte. 
Foi esfaqueado no tórax por um aluno descontente com uma nota baixa. Kássio tinha 39 anos, era casado e deixou dois filhos. O assassino confessou o crime. 



sábado, 10 de setembro de 2011

Depois veio a adolescência



DEPOIS VEIO A ADOLESCÊNCIA

O lugar onde vivo
é uma ilha
por ela tenho sentimentos de filha.

Filha malcriada
e às vezes insana,
quando quero ir pro Centro
e me percebo insulana.

Mas no retorno,
depois da ponte do Galeão,
respiro aliviada:
estou em casa.

Nasci aqui.
Na pracinha vi chegar Papai Noel
quando eu tinha cinco anos
(era um tempo sem desenganos).

Meu pai plantou dois paus-brasis
numa rua já muito enfeitada
por ipês.

Depois respondeu aos porquês
que insistente fiz:

Por ser português de pátria
e brasileiro de coração,
ele cultivou essas mudas
e até hoje as presenteia.

– um pedido de desculpas? –

Como meu pai,
a Ilha plantou em mim
muitas amendoeiras...
Por isso eu era assim:

livre de culpas
felicidade correndo na veia.

Mas cresci
e vi muros crescerem
grades se multiplicarem
ouvi muitos casos contarem...

Saudade da época
em que dormíamos no quintal da frente
muro baixo, manta sobre a grama rente
nas noites de imensurável calor.

O dia tinha horas a mais
eu as gastava admirando o mar
apoiada na beira do cais.

Bicicleteava pela Ilha inteira
em tempos de inocência...
Do Moneró até a Ribeira.

Depois... veio a adolescência...

Assim era a Ilha do Governador.

Muita coisa mudou,
mas devo à Ilha
o que hoje sou...
agosto 2011

Amigos! Preciso compartilhar com todos vocês a alegria de ter sido premiada em 1º lugar no I Concurso Temático de Poesia realizado na Casa de Cultura Elbe de Holanda, com o poema Depois veio a adolescência, na noite de ontem. Dediquei o prêmio ao meu pai, que hoje passou por um procedimento cirúrgico e colocou 4 pontes de safena; tudo correu bem até o momento, ele está no pós-operatório, no Hospital de Laranjeiras. Agradeço à minha amiga Rosiene e ao meu filho Pedro, que me acompanharam e torceram muito! E a todos os meus amigos e familiares, que sempre me incentivam muito!
Um beijo grande a todos!
Karla Soares Antunes,
em 10 09 2011.